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dagazema@gmail.com
ARTE DE NOEL MORENO LEITE
material principal:
CRIATIVIDADE e SEMENTE
Este urso foi feito em 1982, pelo Noel, na véspera de minha viagem para a Europa.
Gostávamos de assistir o desenho do Snoop, então o Noel fez este para mim. (rs)
Casinha de madeira
elaborada e construída por Noel Moreno Leite
Quando ele se casou fez uma cama linda, com madeira de canela e outros.
ARTE DE MARLON VITAL
material principal:
CRIATIVIDADE, necessidade e epoxe.
CASINHAS MUITO VENDIDAS NA OCASIÃO QUE BICHINHOS DE GUDE ERA MODA
ARTE DE MARIA MORENO
começou a trabalhar com a Dirce Vital,
com o tempo passou também a criar, adaptar,
ter suas próprias clientes.
Durante muitos anos sobreviveu apenas com esta arte.
Parabéns mãe, tenho muito orgulho da senhora.
Já no final de sua producao, na década de 80, minha mãe recebeu uma
encomenda de bonequinhos ENFERMEIROS, para serem oferecidos em um
congresso da Jonhson & Jonhson.
MÓBILES DE NINHOS DE POMBINHOS
CRIADOS POR DIRCE VITAL
montagem Maria Moreno (década 70 e 80)
Década de 70, não havia loja do tipo 1,99 nem esta febre de produtos chineses, nem computador. Era muito diferente.
Certo dia um namorado fez uma reunião para comemorar o aniversário de 15 anos de Marina (eu). Além de mim e ele, lá estavam Eugenia, sua irmã Zeca com namorado Pedrão. Acho que só. Foi uma noite maravilhosa. Depois que os amigos partiram, fomos caminhando para o Parque do Ibirapuera. Era um tempo sem violência, comparado aos dias de hoje.
Certo dia um namorado fez uma reunião para comemorar o aniversário de 15 anos de Marina (eu). Além de mim e ele, lá estavam Eugenia, sua irmã Zeca com namorado Pedrão. Acho que só. Foi uma noite maravilhosa. Depois que os amigos partiram, fomos caminhando para o Parque do Ibirapuera. Era um tempo sem violência, comparado aos dias de hoje.
A partir daquele dia
iniciou uma amizade não só entre Eugênia e Marina, mas na família das duas. As duas continuaram seus estudos, trabalharam juntas, constituíram família, consolidaram e mudaram planos, mudaram de cidade mas a amizade continuou. São muitas histórias para relembrar.
Em uma tarde eu estava na casa da avó de Eugênia, na Av. Adolfo Pinheiro ( Alto da Boa Vista ) e a tia
dela (Dirce) comentou que estava precisando de alguém para ajudá-la a fazer
artesanato, pois tinha muitas encomendas para levar para a Feira do Embú (*). Ao chegar em casa
comentei com minha mãe e ela teve interesse em iniciar este novo trabalho, móbile de palha e cerâmica.
Os MÓBILES eram confeccionados com palhas que os feirantes se desfaziam. As palhas eram esticadas, cerca de uns 15 fios, em seguida minha mãe amarrava, dava um nó no meio com um cordão, aparava as pontas, colocava um pombinho de barro, dava um nó novamente. Dava um espaço de um palmo, fazia o mesmo com outro pombinho um pouco menor, depois outro. No final ajeitava a palha no formato de ninho, fazia o acabamento final. O ninho tinha que ficar redondinho. Formava-se um souvenir de pendurar em ganchos (móbiles), os quais eram vendidos nas feiras de artesanato.
Minha mãe ficava com as mãos calejadas, cortadas, mas amava fazer aquele serviço. Ganhava por peça, ou seja, quanto mais produzia, mais ganhava. Aos poucos toda a família ia na feira pegar palhas (rs).
Os MÓBILES eram confeccionados com palhas que os feirantes se desfaziam. As palhas eram esticadas, cerca de uns 15 fios, em seguida minha mãe amarrava, dava um nó no meio com um cordão, aparava as pontas, colocava um pombinho de barro, dava um nó novamente. Dava um espaço de um palmo, fazia o mesmo com outro pombinho um pouco menor, depois outro. No final ajeitava a palha no formato de ninho, fazia o acabamento final. O ninho tinha que ficar redondinho. Formava-se um souvenir de pendurar em ganchos (móbiles), os quais eram vendidos nas feiras de artesanato.
Minha mãe ficava com as mãos calejadas, cortadas, mas amava fazer aquele serviço. Ganhava por peça, ou seja, quanto mais produzia, mais ganhava. Aos poucos toda a família ia na feira pegar palhas (rs).
Dirce sempre foi uma pessoa dinâmica, criativa, frequentemente inventava algo diferente para vender
nas feiras de arte.
Nesta mesma época um sobrinho de Dirce estava estudando arquitetura no Rio de Janeiro, passou a criar um artesanato que se tornou uma febre, naquela época. Marlon, com seu dom artístico criava bichinhos de massa epóxe. Tudo era montado e pintado artesanalmente. Depois de tudo pronto ele e a família saiam pela cidade vendendo. Toda a família passou a fabricar os bichinhos.
Dirce, que já tinha tradição de participar em feiras de arte, convidou Maria Moreno para montar, em uma escala maior, os tais bichinhos e bonequinhas. Ela ensinou o processo para minha mãe. Dali em diante Maria Moreno passava o dia colando bolinhas, formando as peças. Primeiro ela montava a estrutura principal. Depois que secava fazia o apoio dos pés para ficar em pé, secava. Depois fazia os bracinhos. A massa epoxe tinha que secar, tudo era montado por etapas. Quando chegava a etapa da pintura, era outro processo delicado. Primeiro pintava de um lado, colocava em um ganchos, pendurava em um tipo de varal. Após um tempo fazia um retoque, pintava de outro lado, secava... E por ai vai. O acabamento final dos olhinhos, que era mais delicado, era feito pela Dirce.
Nesta mesma época um sobrinho de Dirce estava estudando arquitetura no Rio de Janeiro, passou a criar um artesanato que se tornou uma febre, naquela época. Marlon, com seu dom artístico criava bichinhos de massa epóxe. Tudo era montado e pintado artesanalmente. Depois de tudo pronto ele e a família saiam pela cidade vendendo. Toda a família passou a fabricar os bichinhos.
Dirce, que já tinha tradição de participar em feiras de arte, convidou Maria Moreno para montar, em uma escala maior, os tais bichinhos e bonequinhas. Ela ensinou o processo para minha mãe. Dali em diante Maria Moreno passava o dia colando bolinhas, formando as peças. Primeiro ela montava a estrutura principal. Depois que secava fazia o apoio dos pés para ficar em pé, secava. Depois fazia os bracinhos. A massa epoxe tinha que secar, tudo era montado por etapas. Quando chegava a etapa da pintura, era outro processo delicado. Primeiro pintava de um lado, colocava em um ganchos, pendurava em um tipo de varal. Após um tempo fazia um retoque, pintava de outro lado, secava... E por ai vai. O acabamento final dos olhinhos, que era mais delicado, era feito pela Dirce.
Aos poucos minha mãe foi aprendendo a confeccionar os
bichinhos por completo, as encomendas
aumentaram, a renda também. Não só a Dirce encomendava
os bichinhos para minha mãe, mas outras
pessoas da mesma família. Vendiam em Embú, Praça da República, lojinhas em geral. Um tio de Eugênia carregava o carro e seguia para Salvador, em uma feira no Centro de Convenções. Viajava quilômetros. Este artesanato estava na moda, havia momentos de dificuldade em atender os pedidos.
Todo mundo queria ter a coleção completa. A cada dia surgia um novo modelo. Na realidade, como a arte não tem limite, nunca paravam de inventar um novo bichinho, uma nova bonequinha. Assim, as pessoas continuavam comprando.
Todo mundo queria ter a coleção completa. A cada dia surgia um novo modelo. Na realidade, como a arte não tem limite, nunca paravam de inventar um novo bichinho, uma nova bonequinha. Assim, as pessoas continuavam comprando.
A família de Eugênia trabalhou muitos anos com esta
arte, a minha também. Marlon e Noel sempre foram muito criativos. O Marlon foi inovador, precursor. A arte é livre, copiada, reinventada,
transformada. Assim, na carona da criação do Marlon, as duas famílias foram inventando diversos tipos de bichinhos. Todo mundo
trabalhava, todos saiam para vender.
Em 1982 sai da cidade, então todas as vezes que retornava a São Paulo, nas férias, adquiria novos bichinhos.
Por um tempo ficaram em casinhas de madeira, penduradas em parede, que na época era moda. Depois os guardei. Ali ficaram por muitos anos, até que decidi fotografá-los e publicar este
blog.
Tem muito mais detalhes envolvidos nesta moda de
bichinhos, que ficará na memória de cada
um de nós que viveu esta época. Cada um
tem sua história para contar e relembrar.
Fica aqui o registro dos bichinhos-de-gude, parte da história das famílias VITAL & MORENO LEITE. Fica a saudades de um tempo muito gostoso, de
dificuldades e aventuras, vividas com os protagonistas destas duas
famílias.
Com muito carinho relembro o sr. Noraldino, Marcelo, Dna Cida, toda a família de minha amiga. Beijo a todos.
Observações:
1. Marlon utilizou especialmente massa epóxi, como matéria prima.
Meu irmão Noel foi super criativo ao utilizar SEMENTES. Mas todos utilizaram, principalmente, a bolinha-de- gude.
2. Tanto a família de Eugênia quanto a minha mãe faziam conjuntinhos de bichinhos. Eram chamados de família. Havia família de tudo. Foram milhares, milhares de bichinhos construídos manualmente. Quem os vendia carregava malas pesadas !
3. Em tudo existe a parte negativa. Não tenho saudades do cheiro de tinta lá em casa. Minha mãe utilizava umas tintas fortes, eu tinha muita dor de cabeça. Eram prejudiciais para minha mãe e para mim.
4. No final da moda, que deve ter durado uns dez anos, minha mãe ainda continuava a produzir sua arte. Já não recebia encomendas da Dirce, da Maria, do Dirceu. Nesta fase já se tornara independente, outras senhoras passaram a comprar o artesanato dela, vendiam em feiras, inclusive na Praça da República.
5. Só eu guardei estes bichinhos. Os jornais que os embrulhei estavam amarelados. Alguns bichinhos ficaram danificados. Outro detalhe: ao longo do tempo a minha coleção foi ficando incompleta, porque às vezes eu não resistia a um pedido de alguém e dava para a pessoa. Normalmente os mais bonitos eram escolhidos. A girafa feita por Marlon, por exemplo, era linda demais, dei para alguém. A família de pavão idem. E por ai vai.
* Embú fica em São Paulo, muito conhecida por seu artesanato.
_________________________________________________________________________________
Espero que tenham gostado. Se quiserem comentar, contribuir com este registro, ficarei muito feliz.
Este é o meu e.mail........... dagazema@gmail.com
Com muito carinho relembro o sr. Noraldino, Marcelo, Dna Cida, toda a família de minha amiga. Beijo a todos.
Observações:
1. Marlon utilizou especialmente massa epóxi, como matéria prima.
Meu irmão Noel foi super criativo ao utilizar SEMENTES. Mas todos utilizaram, principalmente, a bolinha-de- gude.
2. Tanto a família de Eugênia quanto a minha mãe faziam conjuntinhos de bichinhos. Eram chamados de família. Havia família de tudo. Foram milhares, milhares de bichinhos construídos manualmente. Quem os vendia carregava malas pesadas !
3. Em tudo existe a parte negativa. Não tenho saudades do cheiro de tinta lá em casa. Minha mãe utilizava umas tintas fortes, eu tinha muita dor de cabeça. Eram prejudiciais para minha mãe e para mim.
4. No final da moda, que deve ter durado uns dez anos, minha mãe ainda continuava a produzir sua arte. Já não recebia encomendas da Dirce, da Maria, do Dirceu. Nesta fase já se tornara independente, outras senhoras passaram a comprar o artesanato dela, vendiam em feiras, inclusive na Praça da República.
5. Só eu guardei estes bichinhos. Os jornais que os embrulhei estavam amarelados. Alguns bichinhos ficaram danificados. Outro detalhe: ao longo do tempo a minha coleção foi ficando incompleta, porque às vezes eu não resistia a um pedido de alguém e dava para a pessoa. Normalmente os mais bonitos eram escolhidos. A girafa feita por Marlon, por exemplo, era linda demais, dei para alguém. A família de pavão idem. E por ai vai.
* Embú fica em São Paulo, muito conhecida por seu artesanato.
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